AOS PROFESSORES - Alexsander Batista e Silva
As dificuldades, percalços, problemas, adversidades da realidade do professor saltam aos olhos quando adentra-se aos muros da escola. Viveríamos de lamentações e estaríamos totalmente desapontados, cabisbaixos e decepcionados com nós mesmos, e com o mundo, se olhássemos nosso trabalho apenas pelo ângulo negativo, da tragédia e da desgraça.
Mas felizmente, nada é de todo ruim. Temos então que usar de nossa perspicácia, olhando com acuidade para encontrar, nem que seja nas frestas, em nosso lugar (a escola, a sala de aula...) aspectos que gerem potência de vida, que nos faça seguir em frente com alegria, seriedade e sutileza!
A docência é um lugar privilegiado para quem almeja dar ao mundo um tom mais justo e humano, isso pela posição estratégica de trabalhar com as mentes daqueles que se encarregarão pelo mundo de amanhã. Como já dizia D. Pedro II, “não há missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro”. É um lugar, que a despeito da dureza cotidiana, torna-se alegre e prazeroso quando pouco a pouco supera-se um diminuto obstáculo. É um lugar de grande beleza humana, pois, na simplicidade e delicadeza de pequenos gestos de um estudante sentirmo-nos realizados profissionalmente. Sou professor, e esse é meu lugar! É o lugar que estou, e que quero estar ainda por muito tempo!!!
Digo sempre que a educação dever ser uma oficina de humanidade. Portanto, faço minhas as palavras de Carlos Drummond de Andrade:
"O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,
Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudí-lo?
Vai repreendê-lo?
Não.
O professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo."
Alexsander Batista e Silva
Professor do Curso de Geografia – UEG-UnU Goiás