Cartografia

31/05/2009 22:51

Inicia-se este texto com a seguinte questão: Com o avanço da informática, do geoprocessamento e do sensoriamente remoto, é possível existir Cartografia sem computadores?

Para responder essa questão é preciso refletir sobre o produto final da cartografia, o mapa. Se todas as ações cartográficas finalizam com um mapa, é possível existir a Cartografia sem computadores. Antes de exemplificar esses mapas sem computadores, vamos tentar definir a Cartografia e compreendê-la como processo e como ferramenta para diversas áreas.

Atualmente para produzir um mapa é preciso uma base cartográfica. Muitas são as bases prontas e disponíveis, mas se não conseguir um mapa, por exemplo, da planta urbana da cidade de Itapirapuã – GO, é possível criar essa base. Para criar essa base é preciso de profissionais da área de Agrimensura, Cartografia, Engenharia Cartográfica e Geoprocessamento. Esses profissionais usam equipamentos como Teodolito, Estação Total, GPS, Baliza, Mesa Digitalizadora, Scaner e Imagens de Satélite. Através desses instrumentos é possível criar a base de dados cartográficos dessa cidade, isso depois é passado para os computadores, geralmente em forma de pontos, que depois são ligados formando linhas - o inicio de um mapa. Isso é a base cartográfica.

Outros profissionais, como os Geógrafos, buscam essas bases e iniciam a produção dos mapas, que na maioria das vezes são os mapas temáticos. Ou seja, podemos agora inserir na base cartográfica os estabelecimentos comerciais da cidade, as igrejas, as praças, os bares, as festas, onde moram os aposentados e onde moram os recebedores da Bolsa Família. Então, com o auxilio de softwares (programas computacionais) como Corel Draw, ArcView, ArcGis, AutoCad e Spring é possível criar esses mapas temáticos. Talvez não tenhamos acesso a esses programas, mas é imprescindível conhecer as técnicas da Cartografia Temática para ao menos escolher os melhores mapas a serem usados em trabalhos, artigos, aulas e pesquisas.

Finalizando, chamo a atenção para aumentarmos, ou mesmo, maximizar a nossa noção de mapa. Um mapa não é apenas esse objeto plano, frio, cheio de regras e elementos que o fazem ser entendido.

Também fazemos mapas mentais, culturais, etc. E isso ocorre o tempo todo: como quando saímos de casa para um lugar fora de nossa rotina e quando ensinamos nosso endereço. Nesse processo, criamos um mapa mental que é recriado na mente do ouvinte, nossos alunos possuem os seus próprios mapas mentais, que gritam para serem representados e entendidos.

E o mais fascinante é que cada mapa desses, tanto os técnicos como os culturais, carrega o conhecimento que nós temos, então, quanto mais aumentarmos os conhecimentos de nossos alunos mais carregados ficarão os seus mapas mentais. E nesse caso é totalmente correto um mapa carregado.

 

Maria Elisabeth Alves Mesquita - Mestre em Geografia, Professora da UEG e da Rede de Ensino Publico de Goiás.