DIA MUNDIAL DA POESIA EM 21 DE MARÇO DE 2021: ÁRVORE, ÁGUA, VIDA, POEMA, POESIA NA PANDEMIA – Isis Maria Cunha Lustosa

21/03/2021 21:40

 

A poesia é um pé de árvore?

A árvore é um pé de poesia?

O poema ora rima, ora não rima, mas grafado na folha, brota com maestria.

A folha natural é um poema ou uma poesia?

É um poema, a folha verde, espia!

Inspira-me fotossíntese na síntese!

Expira-me foto e grafia na caligrafia!

Respira! Pássaro, na folha, pia!

A folha madura coloriza, não é coriza, nem Covid, é pura cor na poesia.

A Folha seca dá rima, não é garganta ressecada, água toda ela, a folha desidratada, com “água rara”[i]  da bacia.

Raíz, tronco, galho, folha, fruto, flor, é imunidade, tudo brota meio-dia.

No chão, a árvore cresce, em forma reta ou tortuosa, como poesia...

No imaginário ou real, a “árvore da vida”[ii] encena o pessoal ou coletivo poema.

A sombra da árvore, se deixarem a árvore de pé, reflete uma copa grande ou pequena.

Dá-me um “copo d'água, tenho sede"[iii], ouço a composição na vitrola retrô.

Noticiário pelo computador!

Reflexo mundial da viagem obscura e escancarada do Coronavírus, quanta dor!

"A Ema gemeu no tronco do Juremá.”[iv]

Musicado, outro poema.

Serena à sombra da árvore Jurema.

Ainda, quarando-se a quarentena.

Retrospectiva do último e deste março.

Tristeza fúnebre entre os dois marcos!

Que governo de fracassos.

No compasso Pandemia, há pouco passo para poupar vidas brasileiras.

Passa-passa da pasta, sem plano de imunização e de saúde. Tudo fora do compasso.

Desgoverno rola abaixo, na ladeira.

O Brasil gigante segue à miúde.

Ficou de muletas, o país, com a passagem do primeiro-ministro da saúde.

Desacordado com a inércia, ainda maior, do segundo na mesma pasta.

A curva acelerada da Covid subia, precisávamos de uma geral urgente para a nossa saúde.

Veio o terceiro, que falta de paz ainda maior, e a ausência de ação total do tal general.

UTI sem saúde!

Saúde sem UTI!

Agora, no colapso, querem resolver no troca-troca de mais um ministro da saúde.

É o novo “Q...” na questão!

Roga!

Urgente, ao lado da árvore, pratica Raja Yoga.

Apela para qualquer patuá, pois o Brasil está na prorrogação do jogo em mãos do joga-joga, bem mal-lavadas, sem sabão, sem álcool 70 líquido ou em gel, sem máscara e sem esforço algum de ação do homem da Nação.

Pesponto na costura mental outro poema e, mais uma, poesia?

Poeta meu mundial, esse desgoverno já excedeu!

Poesia minha, aborta este homem com slogan de Deus.

Po

Ema

Po

Eta

Po

Etisa

Pó na folha da vacina atrasada.

É uma saga!

É uma sina!

Vacina ou não vacina?

A vida virou a pauta mundial...

Árvore na mata é vida.

Não mata a vida da árvore.

Não mata vidas.

Não devasta a poesia.

Dá os dias às árvores.

À distância, recostado a tua árvore, chora baixinho pela humanidade que já clama em prantos, nas alturas,

Agruras!

Faz dos dias, mesmo isolados, poemas ou poesias.

E os desolados?

Enquanto há vida.

Há venturas!

O que nos falta para colocá-lo fora?

Ora, ora... Já passou da boa hora!

Degusta em latim o chá do Pé de Ora-Pro-Nóbis.

É quase chegada àquela ansiada hora.

De cima da árvore mundial da poesia...

Ecoa mundo a fora... #botaelefora.

 

 

 

Isis Maria Cunha Lustosa

 Poeta na guisa transeunte do poema e da poesia

Doutora em Geografia

Pesquisadora Externa

 Laboter/IESA/UFG - Brasil

Proyecto UBANEX/UBA/FFyL – Argentina

Texto e foto da autora.



[i] Bonga “Água Rara”. Canção de José Adelino Barceló de Carvalho. Disponível: <m.youtube.com>. Acesso em: 20 mar 2021.

[ii] Lendária "árvore da vida" do Novo México pode não ser o que se pensava. Disponível em: <https://zap.aeiou.pt/arvore-da-vida-novo-mexico-314935>. Acesso em: 20 mar 2021.

[iv] “Composição: Alventino Cavalcante/  D. Ayres Viana/ João do Vale.”  Disponível em: <m.letras.mus.br>. Acesso: 20 mar 2021.