DUAS FLORES DO CERRADO - Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado

20/04/2013 12:00

Célia Coutinho Seixo de Britto (1914-1994) e Maria das Graças Fleury
Pires de Campos (1915-1998) na nascente esquina entre a Avenida Anhanguera
e Avenida Araguaia em pleno centro de Goiânia em 1936, que, então, era apenas
um vasto Cerrado... Fonte: Acervo pessoal de Bento Fleury.

 

 

Duas flores singelas e altivas

Enfeitavam o cenário de uma cidade nascente.

Florescente projeto de desenvolvimento

Feito com força e combate, naquele momento.

 

Histórico instante, o tempo como monumento!

 

Eram duas mocinhas sonhadoras

Em pleno Cerrado que se chamava “Goiânia”.

 

Na “capital brotinho”

Vicejavam duas rosas

Nascidas no Cerrado do sonho

E de ilusões, em pleno desabrochar.

 

Elas sabiam o que era, enfim, o ideal, amar...

 

O sonho de um tempo novo

Com seus preços e inquietações

Incomodava, dilacerava,

Corações.

 

Havia, enfim, um grande Cerrado aberto

Liberto de peias e amarras

De uma cidade antiga

Com suas tradições e preconceitos.

 

Preceitos e verdades do passado

Acrisolado nos sentimentos!

 

Goiânia, campo aberto, liberto

Almas sonoras em busca do sol.

Havia o horizonte que se abria até a Campininha

E, na linha do horizonte, o infinito...

 

Nesse rito de sonhar amores

Traduzir dissabores, medos, angústias, desconfortos

O tempo morto da falta de opções

Era o campo, com minúsculas flores, o cenário!

 

Goiânia primitiva!

As mocinhas a registrar instantes

Eternizando flagrantes

De um esquecido tempo, ultrapassado...

 

Aos que sonham ainda velhas e desbotadas ternuras

Restam juras caladas,

Amadas – velada emoção -

Pedaços infinitos do próprio coração!

Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado

bentofleury@hotmail.com