METODOLOGIAS AVALIATIVAS ADOTADAS EM NÍVEL DE ENSINO SUPERIOR - Osmidio Martins da Silva

30/04/2012 12:00

 

A necessidade de avaliar sempre se fará presente, não importando a norma ou padrão pela qual está baseado o modelo educacional. Não há como fugir da necessidade de avaliação de conhecimentos, desde a educação básica até o último grau de ensino. Dessa forma, a avaliação no ensino superior ocupa um espaço importante nos debates atuais sobre educação. Todavia, percebe-se que a avaliação, comprometida com as práticas inovadoras reveste-se de uma necessidade constante de revisão do fazer pedagógico.

Desde os tempos primórdios, a Avaliação está presente na vida da humanidade, acompanhando sua evolução e cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos alunos, para poder ajudá-los a superar suas dificuldades e avançar na aprendizagem. Os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida, espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas aos processos de ensino e aprendizagem. Pensar a educação superior na perspectiva da avaliação da aprendizagem pressupõe definir os valores e conhecimentos a serem desenvolvidos, entrevendo sua relação com o Projeto Político Institucional.

O aluno do ensino superior traz as marcas, positivas ou negativas, de avaliações anteriores e muitas vezes depara-se com práticas avaliativas autoritárias em sala de aula universitária. Vê-se no meio acadêmico uma crescente busca dos educadores em realizar uma prática diferenciada de avaliação. Contudo, os caminhos ainda não estão claros, ou não apresentam consonância com toda a Unidade Acadêmica. Na universidade, tal relevância assume proporções ainda mais críticas, uma vez que as expectativas em torno do graduando - dele próprio e da sociedade como um todo - é elevado e múltiplo: aguarda-se o homem culto, o profissional competente, enfim, o indivíduo capacitado à resolução de problemas pertinentes a uma ou mais áreas de conhecimento, não levando em consideração as diferentes formas de avaliação tradicionais que ele obteve desde os primeiros anos escolares.

Contudo é preciso ter claro que avaliar não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é, simplesmente, atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinada disciplina. Devem representar as avaliações àqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, fornecendo subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequados à disciplina.

O problema da metodologia avaliativa aplicada no ensino superior se revela de suma importância entre nós, porquanto constitui uma das formas de formação de vários profissionais que atendem a sociedade nas mais variadas áreas de atuação.

O grande paradigma da avaliação que remete a uma atenção, por se tratar de formação de formadores de opiniões e pensadores, já conforme Hoffmann (1996),

Avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação - reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas (p.134).

A avaliação é uma metodologia pelo qual se observa, verifica, analisa e explana um determinado acontecimento (construção do conhecimento), situando-o concretamente quanto aos dados acentuados, objetivando uma tomada de decisão em busca da produção humana e Segundo Luckesi,

O ato de avaliar tem, basicamente, três passos: Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo. (qualificação)-Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (1995, p. 148).

A acepção de objetivos não é um serviço que se poder falar íntimo à maior parte dos educadores, universitários, a muitos serão tentados a desprezá‑lo, ainda Segundo Saviani,

o professor, nesta abordagem, se caracteriza pela garantia de que o conhecimento seja conseguido, independente do interesse e vontade do aluno”. Logo, avaliação é realizada visando à exatidão do conteúdo comunicado em sala de aula, o aluno é medido pela quantidade de informações que consegue reproduzir através de teste, provas, exames, etc. (1994, p. 87).

Contudo é descrito um artifício para tornar explícita uma dificuldade que normalmente está tácita, a dificuldade de decidir o que ensinar e como avaliar. De acordo com a tradição listam‑se a o objeto na forma de um programa onde se pratica as afirmações, muito gerais, de intenções como, por exemplo “ensinarmos aos acadêmicos a pensar” ou “desejamos que nossos acadêmicos sejam bons engenheiros, médicos, psicólogos ou pedagogos”, e deixa o resto por conta de cada educador individualmente, sendo que testar e medir está sendo usado como o sinônimo de avaliação. Segundo Hoffman (1996), existem equívocos estabelecidos em relação a termos pertinentes à prática avaliativa: A expressão MEDIDA, em educação, adquiriu uma conotação ampla e difusa.

As metodologias avaliativas aplicadas no ensino superior são muito incomuns, os textos, característico sobre ensino superior, do assunto que visa às metodologias avaliativas adotadas nesse nível de ensino, e assim como o argumento é conexo com a especificação de objetivos educacionais é embora mais incomuns; Por isso, a sua compreensão entre os textos de leitura e discussão dos cursos superiores.

Faz-se necessário advir uma conscientização de todos estes segmentos, onde a avaliação deve ser repensada para que a propriedade do ensino não fique afetada, tendo a cautela nas influências nas narrativas da vida do acadêmico e do próprio professor para que não haja, mesmo inconscientemente, a presença do autoritarismo e da arbitrariedade que a perspectiva construtivista tanto combate.

A qualidade da argumentação, a percepção aguçada e crítica no exame dos dados, a capacidade de articulação de teoria e prática, as habilidades de organização das respostas com logicidade, clareza e coerência, os estilos de fala e escrita, o emprego adequado de princípios e normas formam um conjunto de aprendizagens ao qual se pode atribuir a distinção acadêmica. É a totalidade da aprendizagem que precisa ser destacada. Quanto mais o processo avançar na complexidade do conhecimento, maior será a conquista, que não exclui os sujeitos e a diversidade, a Avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. É a forma de acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em suas eventuais dificuldades.

 

Referências Bibliográficas

LUCKEZI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar: SP. Cortez, 1.995.

SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática. São Paulo: Cortez, 1994.

HOFFMANN, Jussasra Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. 7ª Ed. Porto Alegre-RS: Mediação, 1996.

 

Osmidio Martins da Silva

Pedagogo e Professor da rede pública municipal de Porto Velho - RO

E-mail: osmidio.martins@gmail.com