UM SONETO A ERNST BLOCH - Lucas Maia

05/01/2014 12:00

Para aqueles que percebem no mundo existente 

o fio criativo, a tendência, a esperança.

 

Vive Bloch no front, no novum, às bordas do limiar.

No horizonte, não se perde em adivinhação prognóstica.

Percebe no mundo concreto, existente, a função utópica.

Abre para o pensamento as portas do livre - sonhar.

 

Não se trata, todavia, de um mero sonho inconsciente.

É uma pulsão que bate forte no coração e no espírito,

Que no homem penetra, que lhe enraíza, que lhe é frutífero.

Mas é do mundo, na verdade, um ainda-não-consciente.

 

Desenterra daí as maravilhas do que ser poderia.

Do sonhar acordado, do sonhar para frente,

Apresenta-nos Bloch o fim da letargia.

 

A liberdade ainda está por ser conquistada,

Temos de desejar concretamente a utopia

Fabricando-a na construção da vida transformada.

 

Lucas Maia

maiaslucas@yahoo.com.br